1920 - Laurinda Santos Lobo, diva dos salões

Conheça Laurinda Santos Lobo, diva dos salões

1920 - Laurinda Santos Lobo, diva dos salões
1920 - Laurinda Santos Lobo, diva dos salões

 (Cuiabá, 4 de maio de 1878 - Rio de Janeiro, 16 de julho de 1946) foi uma maiores personalidades da Belle Époque Carioca, conhecida como “marechala da elegância”, que costumava reunir intelectuais e artistas nas dependências do seu antigo palacete, montado entre 1898 e 1902, no bairro de Santa Teresa, na cidade do Rio de Janeiro. Esses salões testemunharam transformações artísticas e políticas no país. Laurinda Santos Lobo era da sociedade carioca e herdeira de uma rica e poderosa família, que se dividia entre a cidade do Rio de Janeiro e Paris. Com ela, morava também seu tio, Joaquim Murtinho, Ministro da Fazenda no governo Campos Salles e médico de figuras importantes da época, políticas de renome e pessoas influentes na cidade. Laurinda nasceu em 1878 na cidade de Cuiabá e foi a herdeira do grupo Mate Laranjeira. Exerceu ao longo da vida diversas atividades de mecanismo, e chegou a presidir o conselho da Federação Brasileira de Progresso Feminino. Em sua homenagem Villa-Lobos compõe uma peça Quattour - impressões da vida mundana.

Especula-se que tenha sido criada em Paris, mas isso não foi provado. Aos 16 anos vai morar em Santa Teresa, na época do bairro mais aristocrático do Rio de Janeiro. Em 1911, Laurinda abre seu salão no palacete Murtinho, e herda uma companhia Mate-Laranjeira. Era considerado pela sociedade como uma mulher muito elegante, e chamada de "parisiense de Saint-Germain" e "A Marechala da Elegância". O Salão de Laurinda foi durante uma década de 20 um ponto do encontro do Modernismo Brasileiro. Organize muitos bailes, e reuniões musicais-musicais com músicos e poetas para quem ajuda financeiramente. Villa Lobos foi um dos seus protegidos, e foi ela quem financiou sua projeção na capital francesa, em 1924.


Seu aniversário foi um evento anual concorrido em Santa Teresa, e dois presidentes da república participaram dos encontros: Nilo Peçanha e Epitácio Pessoa. Ela possuía um apartamento em Paris, na Place da Madeleine, e todos os meses dois meses por ano entre outubro e abril, onde continuava o seu "Salão", recebendo brasileiros e franceses. Durante a guerra, seu salão teve menos encontros, e ela se dedicou mais aos negócios da família, ajudada pelo marido. Após a morte deste, em 1941, ela assume momentaneamente os negócios sozinha, mas logo entrega a responsabilidade ao sobrinho, Amauri Santos Lobo.

Laurinda morre em 16 de julho de 1946, sem deixar filhos. Em seu testamento deixa uma casa para a Sociedade Homeopática que nunca chegou a tomar posse do bem. Depois, o local foi abandonado e invadido, abandonado e ocupado por moradores de rua e até mesmo por traficantes de drogas. Há relatos de até maçanetas, que eram feitas de ouro, formadas roubadas nesse período de abandono, assim como o seu valoroso piano. Em 1993, o Governo do Estado do Rio de Janeiro derrubou a propriedade sobra e, em 1997, foi inaugurado no local o Parque das Ruínas. As ruínas apresentam hoje um estilo de mistura de tijolos aparentes, combinados com estruturas metálicas e estruturas em vidro.

O Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo foi criado em 1979 por sugestão de um grupo de moradores do bairro carioca de Santa Teresa. Apesar do centro cultural receber o nome das principais figuras do bairro, Laurinda nunca morou no casarão. A homenagem aconteceu em um período em que sua residência antiga, que abriga atualmente o Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, estava abandonado. No espaço acontecem exposições e projeções fotográficas, oficinas de dança e música, apresentações teatrais, atividades infantis, recitais de piano e eventos diversos ao ar livre.