Margaret Mitchell, autora de E o Vento Levou

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Margaret Mitchell, autora de E o Vento Levou
Margaret Mitchell, autora de E o Vento Levou
Margaret Mitchell, autora de E o Vento Levou

Na história literária do mundo será difícil repetir-se o caso de Margaret Mitchell, jovem e obscura jornalista de Atlanta, que se tornou milionária e famosa em todas as partes do mundo com a publicação de um único livro.

Nascida em Atlanta (Geórgia), filha do eminente advogado Eugene Muse Mitchell e de Maybelle S. Mitchell, cresceu ouvindo intermináveis histórias sobre a Guerra de Secessão, assunto profundamente estudado por sua mãe e seu irmão. Somente aos dez anos de idade veio a saber que os Estados do Sul haviam perdido a guerra, fato que lhe causoiu profunda decepção.

Graduou-se pelo Washington Seminary e estudava química no Smith College quando, pelo falecimento da mãe, viu-se forçada a regressar ao lar para cuidar do pai e do irmão. Em Atlanta passou então a dedicar-se ao jornalismo (Journal Of Atlanta - Suplmento Dominical), mas teve de abandonar essas atividades por ter adoecido em 1926. E dessa data em diante, até 1936, escreveu "Gone With The Wind" para distrair-se e passar o tempo; era um modo de extravasar tudo que ouvira contar durante sua infância sobre a guerra civil, pelos pais, velhas amizades de familia e ex-escravos.

Quando H. S. Latham, Vice-Presidente da Macmillan Cia, ouviu falar a respeito do livro, partiu para Atlanta com o objetivo de o editar. Todavia encontrou forte oposição de Margaret Mitchell, pois esta escrevera a obra em desordem cronológica, permanecendo os manuscristos espalhados e na mais completa confusão. Faltava-lhe coragem para sistematiza-los.

Conseguiu o eminente editor a promessa formal de que os originais lhe seriam enviados a tempo de lançar o romance na primavera seguinte. E o livro aoareceu efetivametne na primavera de 1936, constituindo um dos grandes acontecimentos do século, segundo a opinião de um grande jornal novaiorquino. Comparável ao vôo solitário de Lindberg, a popularidade de "Gone With The Wind" somente encontrava paralelo na de Rooselvet. Mais um acontecimento do que uma novela.

Num único dia venderam-se 50.000 exemplares em Nova Iorque; em 1939 a obra atingia a venda de 2.000.000 de volumes. Nos demais países o romance marchava em triunfo paralelo, sendo traduzido para 16 idiomas, até no alfabeto Braille para facilitar aos cegos a sua leitura. E no Brasil, a primeira edição esgotou-se na primeira semana do seu aparecimento, distribuida apenas nas livrarias do Rio de Janeiro. 

O fenômeno contaminava o mundo e as edições esgotavam-se rapidamente em todas as partes em que aparecia "O livro dos milhões", como passou a ser chamado "E O Vento Levou".

Margaret Mitchell atingia rapidamente uma celebridade que, geralmente, os escritores só alcançam no fim da vida; e, muitas vezes, somente depois de mortos. Contudo, esforçou-se por conservar o mesmo padrão de vida, morando no mesmo apartamento, recebendo os mesmos velhos amigos de familia, cultivando as mesmas preferências antigas. Conseguiu-o de modo relativo, pois de todas as partes do mundo a corespondência chegava aos montes, obrigando-a  a ter sempre várias secretárias para responder.

Conferências, homenagens, festividades frequentes foram forçando-a a uma atividade que lhe combaliu o organismo, levando-a novamente ao leito. A estréia do filme em dezembro de 1939, estrelado por Vivian Leigh e Clark Gable, foi outro acontecimento e a película considerada "o máximo espetáculo cinematográfico de todos os tempos". Sua estréia mundial foi efetuada em Atlanta, para que Margaret Mitchell pudesse assisti-la.

Numa melancólica tarde de agosto de 1950, uma senhora atravessava uma rua de Atlanta para dirigir-se calmamente a um cinema. Um auto em disparada, guiado por um individuo embriagado, a atropela e a deixa morta em plena rua, rodeada de curiosos. Momentos depois a vitima era reconhecida e o telégrafo anunciava a todos os quadrantes da terra a infausta notícia: Margart Mitchell morreu.

Seu sepultamento foi o mais concorrido da história de Atlanta. Homenagens excepcionais foram prestadas: feriado em todo o estado da Geórgia, Honras Militares, etc. Seu corpo foi sepultado no cemitério particular dos heróis sulistas da Guerra Civil, sendo a única mulher a quem se prestou tal reverência.